terça-feira, junho 21, 2005

Rússia: a espera da revolução

(Titulo original: Russia is now ripe for freedom revolution, warns Solzhenitsyn)

O país não tem NADA, que pode assemelhar-se à Democracia, adverte o Prémio Nobél, escritor Aleksándr Solzhenitsyn

Jeremy Page, “The Times”, Grã – Bretanha, 7 de Junho de 2005

Aleksándr Solzhenitsyn, escritor – dissidente no passado, depois de um silêncio de três anos, deu entrevista à TV, para dizer que a Rússia poderá brevemente viver uma revolução igual à Revolução Laranja na Ucrânia.
O Nobél da Literatura de 86 anos, que ficou preso 10 anos no GULAG soviético, disse na entrevista, que na Rússia não acontece nenhum retrocesso democrático, pois o país nunca chegou a ser verdadeiramente democrático.
“Que tipo da democracia é ameaçado? O poder do povo? Nos não temos este poder”, - disse escritor à canal pró – Kremlin, “Rossiya”.
“Não temos nada, que pode assemelhar-se à Democracia. Tentamos criar a democracia sem a autonomia administrativa local. Primeiro, temos que criar o sistema, que permita às pessoas dirigir os seus próprios destinos”.
Solzhenitsyn também disse, que a Duma Estatal (a câmara baixa do parlamento russo), onde a maioria apoia Kremlin, comporta-se como “bêbada” e que se o Governo não mudar o curso, país poderão viver movimentações, parecidas com a Revolução Laranja na Ucrânia em 2004.
Solzhenitsyn foi última das personalidades notáveis, que reanimou as debates públicos na Rússia, desde que presidente Putin retrocedeu as reformas democráticas, anulando as eleições do sufrágio directo dos governadores regionais. Mas o escritor não mostrou o seu apoio à oposição liberal.
Em vez disso, ele condenou o parlamento russo, todos os partidos políticos e os Estados Unidos pelas tentativas de “impor a democracia à outros países”. “Democracia não vale nem um tostão, se é imposta nas baionetas. Democracia deve crescer devagar e gradualmente”.
Solzhenitsyn é considerado na Rússia, como uma das poucas autoridades independentes, morais e políticas, mas ele é muitas vezes criticado no Ocidente pelo seu nacionalismo e ortodoxia religiosa. Nas suas entrevistas anteriores, ele atacava o Putin, por este não conseguir dominar os oligarcas, duas dezenas de empresários, que no processo das privatizações nos anos 90, adquiriram as empresas estatais às preços muitíssimo baixos.
No Ocidente, o Putin é criticado exactamente por ataque estatal contra um dos oligarcas do petróleo, Mikhail Khodorkovskiy. No mês passado, Khodorkovskiy foi condenado à nove anos de prisão, no processo que muitos consideram ensaiado pelo Kremlin, para castigar um potencial concorrente e apoderar-se da sua propriedade.
O Vice – Procurador Geral da Rússia, Vladimir Kolesnikov, disse à televisão NTV, que poderão surgir os novos parecidos processos jurídicos. “Posso dizer que o processo de Khodorkovskiy não será último”.

Vida de Solzhenitsyn:

- Passou 10 anos no GULAG soviético, por escrever uma carta, criticando Stalin;
- “Um dia de vida de Ivan Denisovich”, conto sobre o dia-a-dia do GULAG que celebrizou o escritor, traduzido para 35 línguas, português incluído;
- 1970 – o Prémio Nobél da Literatura;
- 1974 – deportação da URSS, pela escrita do livro “Arquipélago GULAG”, sobre o sistema dos campos de concentração soviéticos;
- 1994 – retorno definitivo à Rússia.

Fonte: http://www.inosmi.ru/translation/220150.html

Bloguista diz: Sendo um tradicionalista, Solzhenitsyn sempre acreditou no mito do “bom czar”, por isso, talvez, não é de estranhar, o seu desinteresse pelo destino dos novos prisioneiros da consciência russos.

Carcavelos vs (in)segurança

O ataque dos marginais, contra os banhistas indefesos na praia portuguesa de Carcavelos, deu realmente para pensar, sobre muita coisa que acontece na sociedade portuguesa...
Mas mais importante, é isso: lembro assistir na RTP, a Judite de Sousa entrevistar um oficial do GOE, na altura dos acontecimentos em Beslan. (Quem não se lembra, em Beslan, um grupo de guerrilheiros tchetchenos sequestrou a escola primária. O ataque posterior, conduzido pelas forças especiais russos, resultou em baixas pesadas entre os sequestrados). Então, a profissionalíssima Judite, pergunta o oficial, a onde é que os russos meteram a barraca. E o bravo oficial explica tintim por tintim, as lacunas todinhas dos seus homólogos russos.
Agora, depois daquilo que aconteceu em Carcavelos, só pode-se imaginar, o que aconteceria em Portugal, numa situação idêntica. Se PSP / forças especiais, não conseguem travar bando de marginais, saídos dos subúrbios, como poderão defender os cidadãos, num ataque terrorista à sério?Se calhar, a dona Judite, poderá explicar isso, numa próxima reportagem...

terça-feira, junho 14, 2005

Sabonete Lux agride meio - ambiente

A empresa sul – africana “Unilever”, produtora de sabonete Lux vendido em Moçambique, tive ultimamente uma péssima ideia de mudar a embalagem do seu sabonete, do papel para o plástico. Sem duvida, o aspecto externo do sabonete melhorou bastante, a sua imagem ficou mais apelativa aos consumidores.
Mas e o meio – ambiente? Se o papel, usado na embalagem antiga, podia ser facilmente reciclável, já o plástico usado na embalagem “moderna”, poderá ficar até trinta anos na natureza e não decompor-se.
Espero, que em vez de me processar por difamação (as multinacionais tem essa curiosa tendência), a “Unilever” pensará no assunto e optará por uma embalagem bio – degradável e amiga do ambiente.