sexta-feira, julho 25, 2008

50 cent & Snoop Dogg cantam em checo

http://www.youtube.com/watch?v=M9oZxF3X8Cs

Limpeza étnica (Quinta da Fonte, Portugal)

in: Jornal de Notícias (Portugal), 21/7/2008

O homem, jovem, movimentava-se num desespero agitado entre um grupo de mulheres vestidas de negro que ululavam lamentos. "Perdi tudo!"
- "O que é que perdeu?" perguntou-lhe um repórter. "Entraram-me em casa, espatifaram tudo. Levaram o plasma, o DVD a aparelhagem..."
Esta foi uma das esclarecedoras declarações dos autodesalojados da Quinta da Fonte. A imagem do absurdo em que a assistência social se tornou em Portugal fica clara quando é complementada com as informações do presidente da Câmara de Loures: uma elevadíssima percentagem da população do bairro recebe rendimento de inserção social e paga "quatro ou cinco euros de renda mensal" pelas habitações camarárias. Dias depois, noutra reportagem outro jovem adulto mostrava a sua casa vandalizada, apontando a sala de onde tinham levado a TV e os DVD. A seguir, transtornadíssimo, ia ao que tinha sido o quarto dos filhos dizendo que "até a TV e a playstation das crianças" lhe tinham roubado.
Neste país, tão cheio de dificuldades para quem tem rendimentos declarados, dinheiro público não pode continuar a ser desviado para sustentar predadores profissionais dos fundos constituídos em boa fé para atender a situações excepcionais de carência.
A culpa não é só de quem usufrui desses dinheiros. A principal responsabilidade destes desvios cai sobre os oportunismos políticos que à custa destas bizarras benesses, compraram votos de Norte a Sul. É inexplicável num país de economias domésticas esfrangalhadas por uma Euribor com freio nos dentes que há famílias que pagam "quatro ou cinco Euros de renda" à câmara de Loures e no fim do mês recebem o rendimento social de inserção que, se habilmente requerido por um grupo familiar de cinco ou seis pessoas, atinge quantias muito acima do ordenado mínimo. É inaceitável que estes beneficiários de tudo e mais alguma coisa ainda querem que os seus T2 e T3 a "quatro ou cinco euros mensais" lhes sejam dados em zonas "onde não haja pretos".
Não é o sistema em Portugal que marginaliza comunidades. O sistema é que se tem vindo a alhear da realidade e da decência e agora é confrontado por elas em plena rua com manifestações de índole intoleravelmente racista e saraivadas de balas de grande calibre disparadas com impunidade.
O país inteiro viu uma dezena de homens armados a fazer fogo na via pública. Não foram detidos embora sejam facilmente identificáveis. Pelo contrário. Do silêncio cúmplice do grupo de marginais sai eloquente uma mensagem de ameaça de contorno criminoso - "ou nos dão uma zona etnicamente limpa ou matamos."
A resposta do Estado veio numa patética distribuição de flores a cabecilhas de gangs de traficantes e autodenominados representantes comunitários, entre os sorrisos da resignação embaraçada dos responsáveis autárquicos e do governo civil. Cá fora, no terreno, o único elemento que ainda nos separa da barbárie e da anarquia mantém na Quinta da Fonte uma guarda de 24 horas por dia com metralhadoras e coletes à prova de bala. Provavelmente, enquanto arriscam a vida neste parque temático de incongruências socio-políticas, os defensores do que nos resta de ordem pensam que ganham menos que um desses agregados familiares de profissionais da extorsão e que o ordenado da PSP deste mês de Julho se vai ressentir outra vez da subida da Euribor.

quinta-feira, julho 24, 2008

Futebol nórdico vs violência russa

O Torneio Juvenil do Futebol da Dinamarca (Dana Cup) é conhecido não apenas pelo futebol juvenil praticado, mas também pela atmosfera fantástica da paz e convívio internacional entre as delegações. Mais de 100 nações já participaram neste torneio ao longo dos anos, em 2008 a cidade de Hjørring acolheu 832 equipas dos 44 países.

No dia 22 de Julho, jogaram entre si a equipa norueguesa da cidade do Tromsø (rapazes até 16 anos) e a equipa juvenil do clube profissional russo FC Khimki (o treinador da equipa principal é o Sergey Yuran). As equipas estavam empatados à um golo, quando guarda – redes russo derrubou o atacante norueguês, puxando o pelos cabelos (!). Após receber o cartão vermelho, quarto cartão da equipa russa no jogo (alem disso os russos também receberam 10 cartões amarelos), os jogadores e treinadores russos, atacaram fisicamente os jovens dinamarqueses. Estádio se transformou no campo da batalha por cerca de 20 minutos. Arbitro saiu do campo, foi chamada a polícia. Em resultado: os jovens noruegueses tiveram sete atletas agredidos, alguns deles necessitaram a ajuda médica. A equipa russa foi expulsa do torneio.

O jornal norueguês Tromsø, na sua edição de 24 de Julho publica a fotografia dos futebolistas noruegueses agredidos. A legenda diz: “Pensamos, que iam nós matar”. Os jovens dinamarqueses ficaram de tão maneira traumatizados pela violência e intimidação russa, que no seu próximo jogo com os conterrâneos do Drammen, pediram a protecção policial (12 agentes de segurança) e até o local do jogo foi mantido pelos organizadores do Torneio em segredo.

Secretário da imprensa do FC Khimki, Sr. Vladimir Strelchenko não comentou o sucedido, pois ainda não contactou os representantes da equipa que se encontram na Dinamarca.

Os comentários da maioria dos usuários russos da Internet sobre estes acontecimentos podem ser resumidos nestas duas frases: “Os maricas nórdicos e a Europa tolerante levaram a porrada merecida e levarão mais daqui para frente, pois temos muitos perto – dólares” e “as gajas nórdicas são boas, principalmente as loiras”.

Foto: iTromso

Fonte:
http://www.itromso.no/nyheter/article170743.ece
http://www.itromso.no/sport/article170709.ece