quinta-feira, março 31, 2005

Ruslana, a vencedora do 49-no Festival Eurovisão

Dedicado ao Dia de Mulher Moçambicana, 7 de Abril

A cantora ucraniana, Ruslana Lizhicko, mais conhecida simplesmente como Ruslana, ganhou o 49-no Eurovisão com a canção: Wild Dance / Dança Selvagem / Дикий Танець.

Wild Dance

Just maybe I'm crazy,
The world spins round and round and round
shi-di-ri-di-duy, shi-di-ri-di-da-na shi-di-ri-di-duy,
shi-di-ri-di-da-na

I want you to want me as
I dance Round and round and round
shi-di-ri-di-duy,
shi-di-ri-di-da-na shi-di-ri-di-duy,
shi-di-ri-di-da-na

Forever and ever go, go, go wild dancers!!
Day-na-day-na Wanna be loved
Day-na Gonna take my wild chances
Day-na-day-na Freedom above
Day-na-da-na-da I'm wild 'n' dancing

Hey!

Desire Inside you
My head spins round and round and round
shi-di-ri-di-duy, shi-di-ri-di-da-na
shi-di-ri-di-duy, shi-di-ri-di-da-na

I want you
To want me
So I dance round and round and round

Hey, shi-di-duy, shi-di-ri-di-da-na
Hey, shi-di-duy, shi-di-ri-di-da-na
Forever and ever Go, go, go wild dancers!!

Day-na-day-na Wanna be loved
Day-na Gonna take my wild chances
Day-na-day-na Freedom above
Day-na-da-na-da I'm wild 'n' dancing

He-e-e-ey!
Dance forever, come and be mine,
Dance together, till the end of time
Dance together go, go, go wild dancers!!

Day-na-day-na
Wanna be loved
Day-na Gonna take my wild chances
Day-na-day-na Freedom above
Day-na-da-na-da I'm wild 'n' dancing

Dança Selvagem

Talvez um pouco, eu sou louca,
O mundo gira a volta, a volta, a volta
shi-di-ri-shi-di-ri-di-duy-duy,
shi-di-ri-di-da-shi-di-ri-di-da-nashi-di-ri-shi-di-ri-di-duy-duy,
shi-di-ri-di-da-shi-di-ri-di-da-na

Eu te quero,
que tu me queiras, enquanto eu danço
A volta, a volta, a volta
shi-di-ri-shi-di-ri-di-duy-duy,
shi-di-ri-di-da-shi-di-ri-di-da-nashi-di-ri-shi-di-ri-di-duy-duy,
shi-di-ri-di-da-shi-di-ri-di-da-na
Para sempre e sempre vão, vão, vão os dançarinos selvagens!!

O dia-após-dia-após-dia quero ser amada
Dia-após-dia toma as minhas escolhas selvagens
Dia-após-dia-após-dia Liberdade em primeiro lugar
Dia-após-dia-após-dia-após-dia eu sou selvagem na dança

Olá!

Desejo
Dentro de você
Minha cabeça gira a volta, a volta, a volta
shi-di-ri-shi-di-ri-di-duy-duy,
shi-di-ri-di-da-shi-di-ri-di-da-nashi-di-ri-shi-di-ri-di-duy-duy,
shi-di-ri-di-da-shi-di-ri-di-da-na

Eu quero te
Que tu me queiras
Assim eu danço a volta, a volta, a volta
Ola, shi-shi-di-duy-duy, shi-di-ri-di-da-shi-di-ri-di-da-na
Ola, shi-shi-di-duy-duy, shi-di-ri-di-da-shi-di-ri-di-da-na
Para sempre e sempre
Vão, vão, vão os dançarinos selvagens!!

Dia-após-dia-após-dia-após-dia quero ser amada
Dia-após-dia irei fazer as minhas escolhas selvagens
Dia-após-dia-após-dia Liberdade acima de tudo
Dia-após-dia-após-dia-após-dia eu sou selvagem na dança

Olá-a-a-a!
Dança para sempre, venha e seja meu,
Dança comigo, até o fim do tempo
Dançamos juntos vão, vão, vão os dançarinos selvagens!!

Dia-após-dia-após-dia-após-dia quero ser amada
Dia-após-dia irei fazer as minhas escolhas selvagens
Dia-após-dia-após-dia Liberdade acima de tudo
Dia-após-dia-após-dia-após-dia eu sou selvagem na dança

O site da cantora em inglês, alemão e ucraniano: http://www.ruslana.com.ua/

Hamlet, ou Fenómeno da teoria da russificação / PG 18

Гaмлєт, aбо феномен дaтського кaцaпiзма

Oleksander (Les’) Podervyanskiy
www.ultima.te.ua
http://www.doslidy.kiev.ua/stories.php

Primeiro Acto

Costa do mar. Ouvem-se gritos libertinos dos pássaros, uivo das focas e outros sons, emitidos por variada caralhada marítima. Na praia aparece o Hamlet, príncipe da Dinamarca, vestido de colete tolstoiista e calças de lona. Hamlet tem um bonito e fino sinto de cabedal. Ele está descalço, barbudo e tem a cara de fanchono. Nas mãos segura um pau bem grande.

Hamlet: ‘To cansado de nadar p’ra caralho. Ou então nadar um pouco? Nadar ou não nadar? Perguntas essas de caralho, me fodem. Será que devo, sem vagar, baixar as calças e de mariposa com caralho nadar, até que fico cego de cansaço? E depois? Das consequências possíveis pensar? Apenas uma vez e caralhão, o seu fim rasteja com sorriso malicioso. Constipação, hemorróidas, borbulhas no rabo, as hematomas da seringa, os médicos, e como fim – a campa húmida... Em cima dela, Ofélia suja e mal cheirosa e montinho das margaridas. E inscrição: aqui foi sepultado, cabrão que adorava nadar. Não, essas cenas, foder eu quero no nariz e boca.
(Hamlet cospe para o mar e fode o com pau. Aparece Cláudio, o tio larilas do nosso príncipe).

Cláudio: Mon cher Hamlét! Vamos para o gabinete. Eu tenho para si um doce lindo. Um doce maravilha, Chupa – chups.
(Cláudio mexe nojentamente os seus lábios, imitando um doce lindo de caralho. Naquele mesmo momento, sai do mar um Fantasma, embrulhado com lençóis sujos).

Fantasma: Não acredita meu filho neste paneleiro. O doce este, ele meterá no teu cu.

Cláudio: Ah – ha – ha!!!
(Foge).

Fantasma: Tu podes ver, este filho duma puta tive medo. Ele mijou por cima de mi, numa caçada. Com mão de traidor, meteu o caralho sujo, no meu ouvido. O meu corpo lindo foi atacado por gangrena. Eu quero a vingança! Eu quero ver este caralho na cadeia, brincando com um assassino todo sujo ou então, na repartição pública como engenheiro miserável, ou na cabana com os tártaros, que foderão seu rabo!

Hamlet: Não é bom vingar. Nos temos que amar os paneleiros todos, os assassinos e ladrões. Qualquer um deles – é do povo e tem o deus, no seu íntimo.

Fantasma: Não comes carne tu também?

Hamlet: Não, não como de princípio. Eu gosto apenas beber de vez em quando, porque somos um povo aberto e hospitaleiro, beber podemos de caralho. Muito mais que todos outros estrangeiros, judeus e monhes.

Fantasma: É uma moda de caralho. Alguma coisa ‘ta p’ra cona má no reino da Dinamarca... Quando eu era Rei, fodia todos os cabrões junto com o Lev Tolstoi. Tu entendes, não no sentido figural, é claro. Os paneleiros, odeio desde novo, mandava os p’ra prisa por amor à terra. Ohm, tempos, ohm a Dinamarca desgraçada.

Hamlet: Você, meu pai, já me fodeu a cabeça com fantasma. Algo blá – blá, mas com caralho não entendo, nem p’ra semana. Eu já lhe disse, que vingar não podemos, porque pessoas todas – irmãos são nessa terra, menos os judeus, tártaros, monhes, vizinhos que eu odeio. Mas em geral eu sou humanista, não sou como você, paisinho. Você apenas quer beber aguardente, foder mamãe coitadinha atras do forno, até que fumo o denuncia. Depois quer tomar um chá e atirar machado à avozinha paralisada, foder a pia com botas grossas, e outro tipo de bicheza, eu reparei em si. Porque tu obrigaste o seu irmão, lhe fazer o broche? Então, ele enlouqueceu, que caralho, não é de estranhar. E minha mãe, coitada, odiava vos me se, assim como eu odeio os judeus. À mi, o seu filho queridinho, amava e fazia mimos. Brincava eu com ela, de galinha e galo. Você, paisinho, vai rapidamente p’ra caralho para o seu mar, ou então o fodo com este pau. Até vou chamar o meu tio, e juntos nos vamos lhe dar uma porrada de caralho, até a Dinamarca estremecerá.

Fantasma: Filho da puta, bastardo de caralho! Assim p’ra pai! Dizer bojardas dessas de pachacha! Porque não afoguei te na minha sarapitola, quando você nasceu? Porque não te meti com a cabeça no cu e não estrangulei te? Uma família de merda! Você me paga!
(Fantasma afoga-se no mar).

Hamlet: Paisinho de caralho, fodeu meu cabeça toda. Vou até um bar nas proximidades e bebo um pouco de champanhe, porque na boca, parece que mijaram gatos e sem querer eu toco com a língua áspera os dentes quentes...
(Hamlet vai embora, as focas uivam, pássaros gritam, mar faz o barulho).

Segundo Acto

No palco, num dos lados está o piano “Steinway”. Em cima dele uma lata de sardinha portuguesa. No meio do palco, fica uma poltrona russa, desprovida do qualquer sentido de estilo. Em cima da poltrona – um escudo nacional. Figura de um urso com foice e balalaica. Isso simboliza o gosto por trabalho e ausência completa dos complexos, do bichano. A Gertrudes, a mãe do Hamlet, fica sentada na poltrona e borda a camisa russa. Ela canta canção, a “Kalinka”. Sem nenhum barulho, com passos abichanados, entra o Cláudio, o tio larilas do nosso príncipe.

Cláudio: Hoje, eu passava na praia, com seu filho bonitinho. Ofereci um saboroso doce p’ra ele, não quis levar, cabrão.

Gertrudes: Engraçadinho, meu deus...

Cláudio (fala com seus botões): Eu vou o foder. (para Gertrudes) O doce Chupa – chups é de caralho saboroso.

Gertrudes (com carinho): Brincalhão...

Cláudio: Tem cá um cheirete, perece que alguém cagou recentemente! Abrem as janelas, brutamontes, para que saísse o cheiro feio.
(Aparecem dois brutamontes, vestidos de camisas russas e botas pretas, abrem a janela, que serve de entrada de momento, para o Fantasma).

Fantasma: Ah, filhos da puta! Todos tirem calças e fiquem na posição do cão! Agora chegou o vosso fim, cabrões, apaguem a luz, mações de caralho, ou algo parecido.
(Cláudio, Gertrudes e brutamontes rapidamente seguem as ordens do Fantasma, que voa pelo gabinete e ri-se de maneira bem selvagem).

Cláudio: Meu fantasma, nos não fazemos nenhuma merda. Sentimos ódio e desprezo aos judeus todos e mações, e hino nacional, tocamos todos dias à balalaica, em coro. Aos judeus e monhes nos inspiramos medo, nosso prestígio cresce todos os dias, a porcentagem de gordura na manteiga aumenta, fortemente. Os brutamontes ficam satisfeitos, possuem goelas bem cheinhos. O número dos paneleiros diminuiu, trabalham todos eles nas machambas de Chimoio. As lésbicas mandadas foram para Bilibiza.
(Entra o Hamlet, ele está bêbado p’ra caralho. Numa mão tem o pau, na outra garrafa de champanhe).

Fantasma: Olhe, filho são judeus e mações! Tu fode os com pau no fígado e rabo, depois me contas. Algo não é claro?

Hamlet: Paisinho, tudo será na maior, não é preciso empurrar.
(Hamlet fode todos com o seu pau: o escudo do urso, depois mete o champanhe e as sardinhas portuguesas dentro do piano. Fode o piano com o pau. Piano zumbe).

Fantasma: Meu filho, aquele é piano, não são nem judeus nem mações, não é preciso fode-lo. Paguei o em divisas.

Hamlet: Eu quero, mas é foder na boca o piano, as divisas e todos os judeus.
(Hamlet fode o Fantasma com o pau. Fantasma cai. No chão ficam estendidos os corpos, fodidos pelo Hamlet. Dentro do piano, sardinha portuguesa nada em silêncio. Entra o Sigmund Freud*. Seus óculos brilham, ocultamente no escuro).

Hamlet (devagarinho começa ficar sóbrio): Vamos fazer balanço. Fodi o pai. Fodi a mãe com o tio. Fodi mobílias do valor inestimável, escudo nacional fodi também. Só vejo morte, desgraça. No vou mais beber, embora que alternativa inteligente para isso? Todos os sonhos foderam-se. Ah, puta da Dinamarca...

Hamlet rasga o seu colete, música toca baixinho, uma voz agradável canta a “Kalincka”. Sigmund Freud aproxima-se ao Hamlet, pica seu rabo com seringa e leva o consigo para o manicómio.
No palco aparecem sete marinheiros, vestidos com horríveis paletós pretos. Canção “Kalinka” aumenta da intensidade. Acompanhados pela música alegre da “Kalinka”, os marinheiros dançam no palco.

O pano da boca se fecha.

Fonte: http://www.ultima.te.ua/hamletua/

Nota sobre o autor

Oleksander (Les’) Podervyanskiy nasceu aos 3 de Novembro de 1952 em Kyiv (Kiev). Em 1976 foi graduado pelo Instituto de Belos Artes de Kyiv. Desde 1980 é membro da União dos Pintores da Ucrânia. Especialidades: design teatral, gráfica.
Exibições mais famosos, onde Les Podervyanskiy participou como pintor (pessoais e colectivas): «Art Expo-2000», Nova York; «Lazarro Signature Gallery», Stoughton, Wisconsin, EUA (1999); Exibição de Arte Moderna, Galeria da Arte de Kyiv, Kyiv (1995); Galeria «Glasnost», Nuremberga, Alemanha (1991); «Modern Ukrainian Art», Centro Cultural de Marsvinskholm, Isted, Suécia (1990); All-Union Exhibition, Manezh, Moscovo, Rússia (1980).
Os seus quadros encontram-se em colecções privadas na Ucrânia, Alemanha, Estados Unidos da América, Israel, Grã Bretanha, Rússia e Suécia. Um dos seus quadros, “Guerreiro, morte e diabo”, foi comprado em 2000 pelo actor americano Woody Alen.
Começou escrever no fim dos anos 70, até agora escreveu cerca de 50 peças. Autor do livro “Herói do nosso tempo”, Lviv, Editora Calvaria, 2001.
Vive e trabalha em Kyiv, Ucrânia.

O texto original de Hamlet em português:
http://www.mundocultural.com.br/biblioteca/shakespeare/shake_hamlet.PDF

*Sigmund Freud (Sigismund Schlomo Freud), nasceu aos 6 de Maio de 1856 em Freiberg, Morávia e morreu em 1939 em Londres, Inglaterra. Neurologista e psiquiatra austríaco, pai do psicanálise.

terça-feira, março 22, 2005

Língua ucraniana / PG 18

Dados sobre a língua ucraniana:
Alfabeto: а б в г ґ д е є ж з и і ї й к л м н о п р с т у ф x ц ч ш щ ю я ь
Onde é falada: na Ucrânia e na diáspora
Classificação: língua Indo-Europeia, Eslava Oriental

Dicionário ucraniano do diabo, entradas

ґ
гівно ~ hivno (noun) ‡ shit, crap note eg 'kupa hivna' (pile of shit) The accent is on the last syllable

д
дєрмо ~ d'ermo (noun) ‡ shit note This always refers to the smelly product of defecation. 'd'ermo' is probably the worst grade of shit, along with 'srach'. 'hivno' is a little less strong. 'kaka' is milder yet, suitable even for small children.
дупа ~ dupa (noun) † butt, rear-end; anus note (dialectal) See "zhopa", "sraka"

ж
жлоб ~ žlob (noun) bumpkin, hick, boor
жопа ~ zhopa (noun) † butt, ass, asshole
жопка ~ zhopka (noun) little butt note Affectionate diminutive of 'zhopa'. 'Tvoja zhopka meni podobajet'c'a' (I like your cute little butt)

з
засраний ~ zasranyj (adjective) † shitty, shit on, covered with shit

ї
їбати ~ jibaty (verb) ‡ to fuck note Sometimes pronounced 'jobaty'. The pronounciation is not standardized since this word doesn't appear in dictionaries

й
йoб твою мать ~ job tvoju mat' (imperative phrase) fuck your mother, motherfuck note The 't' followed by an apostrophe is pronounced soft, like the 't' in English 'feature' or the first 't' in 'astute'.

к
кака ~ kaka (noun) † crap, doodoo note The firt syllable is accented
какати ~ kakaty (verb) † to take a dump, defecate note The first syllable is accented
кацап ~ kacap (noun) ‡ Russian note Derived from 'cap' (billy goat). A stereotypical 'kacap' has a goatee beard, but the term is used derogatively for any Russian. Accent is on 'cap'

н
на хуй ~ na khuj (phrase) ‡ on a cock, fucked note Typical usage is 'idy na khuj!' (get fucked!), literally (go on a cock). 'na khuj' is a two syllable phrase with the accent on 'na'. For example 'na khuj ja pracuju?' (why the fuck am I working?)

о
обiсцяний ~ obisc'anyj (adj.) † soaked in piss note Derived from "ob" (surrounded by) + "sc'aty" (to piss)
обiсpaний ~ obisr'anyj (adj.) † covered with shit, note Derived from "ob" (surrounded by) + "sr'aty" (to deficate)
обкаканий ~ obkákanyj (adj.) † covered with shit, crappy note Accent is on the first 'ka'

п
пізда / пизда ~ pizda / pyzda (noun) ‡ cunt, pussy, vagina note Accent is on 'da'
пісся ~ pissia (noun) † piss, urine note Accent is on 'pi'
подонок ~ podonok (noun) † jerk note Accent is on 'do'

с
сісі ~ sisi (plural noun) † tits note Accent is almost equal on both syllables, possible a little stronger on the first 'si'
сосати ~ sosaty (verb) † to suck (pussy or cock) note eg 'sosy mene' (suck my dick)
срака ~ sraka (noun) ‡ asshole note See 'dupa' and 'zhopa'.
сракати ~ srakaty (verb) † to shit note Accent is on the first syllable
срати ~ sraty (v.i., I) † to shit note conj: (seru, seresh, ...)
сука ~ suka (n.) † bitch note (lit.) a female dog. Can be used as an epithet as in English

т
трахати ~ trakhkaty (verb) † to bang, to fuck note From 'trakh!' (bang!)
тфу ~ tfu (interjection) ptui (the sound of spitting) note Repeated three times in a row while looking over the left shoulder as an incantation to ward off the Devil, 'tfu tfu tfu'. Usage similar to English (knock on wood), as in 'ja skinchu bez pomilok, tfu tfu tfu' (I won't make any mistakes, knock on wood)

у
узни мене ~ uzny mene (phrase) ‡ kiss my asshole, note Regional hutsul expression. Hutsuls are Carpathian Ukrainians

x
холера ~ kholera (noun used as interjection) † cholera, a usually-fatal disease note Used superstitiously to mean bad luck or damnation.
хуй ~ khuj (noun) ‡ cock, dick, penis

ц
цицьки ~ tsytsky (plural noun) † tits, note Accent is almost equal on both syllables, possible a little stronger on the first 'si'

ч
член ~ člen (noun) member, penis
чорт ~ chort (noun) the Devil, the Evil One, note Used alone as an interjection like 'hell' or 'damn' in English. Often combined with 'bery' (take) to mean the Devil take it, you, etc.., as in 'chort tebe bery' (the Devil take you!), or with 'znaje' (knows) as in 'chort znaje' (only the Devil knows). Also combined with 'do' (to) as in 'do chorta' (to the Devil), equivalent to (Damn you!). Derived from 'chornyj' (black)

ш
шлюха ~ shl'ukha (noun) † slut, woman easy to fuck, prostitute note Accent is on the first syllable/шлях трафуть ~ shl'akh trafyt' (phrase) ‡ may Fate strike it, God damn it note This is something you wish on your worst enemy. It is said only in great anger. The last 't' is pronounced soft, like the 't' in (feature) or (astute)
штуркати ~ šturkaty (verb) † to poke, to fuck note This is a euphemism for fucking. It literally means to poke

Fonte: http://www.notam02.no/~hcholm/altlang/ht/Ukrainian.html

segunda-feira, março 21, 2005

Gerard Depardieu descobre a Ucrânia

O famoso actor francês, Gerard Depardieu, que possui dois restaurantes em Paris e centenas de hectares da vinha nos oito países do Mundo, pretende abrir um restaurante em Kyiv (Kiev) e comprar alguns vinhas na península ucraniana de Crimeia.
Durante a sua estadia na Ucrânia, Depardieu fiz uma clipe publicitário, cantou em dueto com a Ministra da Cultura Oksana Bilozir e andou a procura de um lugar sossegado para o seu futuro restaurante. As vinhas da Crimeia, são necessárias, exactamente para fornecimento posterior dos vinhos ucranianos ao restaurante.
Gerard Depardieu tinha bom relacionamento com o ex – presidente ucraniano, Leonid Kuchma e a sua esposa Ludmila. Várias vezes ele visitava a Ucrânia, alegadamente, ao seu convite.
Com início da Revolução Laranja, Depardieu aproximou-se ao novo líder ucraniano, Viktor Yushenko, com quem encontrou-se desta vez em Kyiv, para um almoço informal.
Alem disso, no futuro próximo, Gerard Depardieu poderá participar no projecto cinematográfico franco – ucraniano “Taras Bulba”. “O guião esta a ser escrito agora, o livro já não era adaptado para o cinema há muito tempo, eu penso que agora será o tempo ideal de fazer isso. Porque existe uma nova Ucrânia, que atraiu o interesse de todo o Mundo, portanto penso que isso será actual”, - disse Depardieu.
O próprio actor francês poderá fazer o papel de Taras Bulba.

Fonte: Televisão ICTV

Nota literária: Taras Bulba é o herói do romance homónimo do escritor ucraniano Mykola (Nikolay) Gogol, desde sempre “nacionalizado” pela critica literária russa, que conta a história de um fidalgo cossaco, que luta contra o domínio colonial polaco na Ucrânia, no século XVI. Pai de dois belos rapazes, Andriy e Ostap, Tars Bulba vê o Ostap cair nas mãos inimigas e mata posteriormente, com as próprias mãos Andriy, pois este passa para o lado polaco, por causa de um grande amor. Mais tarde, Bulba, ajudado por um comerciante judeu assiste clandestinamente a execução do seu filho em Varsóvia e no fim, acaba ele próprio ser aprisionado e morto pelas tropas do colonizador.
De ponta de visto da teoria e critica literária, o romance poderá ser visto como um tributo de Gogol, ao estatuto colonial dos ucranianos. Assim, o Andriy tenta sobrepor-se sexualmente a sua amada polaca, mas não consegue, pois ela acaba por o travestir: “<...> colocou os brincos nos seus lábios e uma diadema na sua cabeça, ... ela fez mil coisas estúpidas com ele”. Quer dizer, mesmo se o libido pessoal deste ucraniano fica satisfeito, ele continua a ser um ser colonizado, portanto dominado pelo colonizador, mesmo se este colonizador é a sua amada.
O próprio Taras Bulba morre por causa de um cachimbo perdido, portanto perde a vida por uma ninharia.
Será que a luta dos ucranianos era condenada à partida? Gogol não responde a essa pergunta. A sua própria vida era um tormento: ucraniano de alma e coração, ele viveu maior parte da sua vida no capital do Império – São Petersburgo, carregando desde sempre a ferrete de “hohol” (nome pejorativo dado aos ucranianos pelos russos), pegado ao escritor por outro representante das minorias - Pushkine.

quarta-feira, março 16, 2005

Carta de um imigrante / Ivan Frankó

No verso "Carta do Brasil", escrita em 1895 por poeta da Ucrânia Ocidental, Ivan Frankó (1856-1916), é contada a história de quarenta ucranianos que migraram para o Brasil no século XIX.

"Vizinhos! - é Olécia que está escrevendo.
Saúde boa e bem vai se vivendo.
Faz sete meses que silenciamos.
No fim de tal destino já acampamos.
Vivemos em florestas, em cabanas,
e imensamente, estamos trabalhando.
Vivemos juntos, não nos separaram,
da vila, quinze léguas nos distaram.
Na mata, sob montanhas... não chiamos.
Não há estradas, trilhas palmilhamos.
Brasil! Também se sofre nessa terra:
pegou-nos logo a febre amarela.
Em três meses na Ilha das Flores
morreram três mulheres e três homens.
Vendemos como servos cinco moços,
àquelas casas foram cinco moças.
Dos moços não tivemos nem notícia.
As moças comem, bebem... quê "delícia!"
Que mais escrevo? Novas não alardam.
De cobras cinco nossos se finaram.
Aqui anda um povo rude pelo mato
que mata e come a gente. Fuja deste fato.
Se Deus quiser, e nós nos recompormos
quarenta fomos, em dezoito somos.
É pena que rezar nem conversar
não querem em ruteno (ucraniano) nos deixar,
Na vila, Kandziubinski assim gritou:
"Aqui não se fala em ruteno, não!
Polacos são o rei, o país e Deus!
Falar em polaco ou calar de vez!"
Fazer o que com tal intimação?
Que assim seja. Qual a salvação.
Aqui termino. Adeus.
E de ora tereis mais novas se luzir melhora."

Fonte: http://www.ecclesia.com.br/eparquia/ucranianos/bravos_da_ucrania.htm